O movimento sufragista inglês, iniciado no século XIX, consistiu na luta de reivindicação pela participação ativa das mulheres na política, concedendo a elas o sufrágio, ou seja, o direito de votarem e de serem votadas.
As sufragistas, como ficaram conhecidas as mulheres que participaram do movimento, acreditavam que as muitas desigualdades legais, econômicas e educacionais à que eram submetidas jamais seriam corrigidas enquanto elas não tivessem o direito ao voto.
Primeiros movimentos
No ano 1897, a educadora inglesa Millicent Fawcett foi a responsável por dar o pontapé inicial pela luta sufragista britânica, fundando a ‘NUWSS—National Union of Women’s Suffrage Societies’ (União Nacional pelo Sufrágio Feminino).
Seis anos mais tarde, em 1903, a ativista britânica Emmeline Pankhurst deu início a ‘WSPU—Women’s Social and Political Union’ (União Social e Política das Mulheres), grupo que tomou as ruas do Reino Unido com manifestações violentas e não violentas, além de promover greves e campanhas publicitárias.
Apesar das suas diferenças, as duas uniões colaboraram bem uma com a outra e, juntas, foram as duas organizações do movimento sufragista britânico que mais se empenharam na luta pelo direito de voto para as mulheres.
Primeiras conquistas
Porém, foi só a partir do momento em que as sufragistas britânicas adotaram formas de luta radicais, como greves de fome, protestos violentos etc. que a campanha pelo direito de Voto feminino na Grã-Bretanha começou a ser levada a sério pelos políticos e pela imprensa.
Sendo assim, após anos de muita luta, as sufragistas conquistam a aprovação da lei de reforma eleitoral no ano 1918, quando o parlamento do Reino Unido autorizou que mulheres acima de 30 anos que fossem donas de propriedades votassem no país.
Nos Estados Unidos, a permissão veio pela primeira vez em 1920. Na América Latina, o Equador foi pioneiro ao autorizar o voto das mulheres em 1929.
No Brasil, o direito de mulheres ao voto foi conquistado nacionalmente em 1932, mas exercido apenas a partir de 1945, devido à suspensão eleitoral decretada pelo então presidente, Getúlio Vargas.
Isso serve para vermos que os direitos políticos de mulheres foram recentemente conquistados e sob muita luta, o que nos chama a ficarmos vigilantes pois, como afirma Simone de Beauvoir, basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante por toda a sua vida.
Fontes:
CASTRO, Isis Gabriella de. Movimento Sufragista: o que foi e qual o impacto no Brasil? Politize, 2021: https://www.politize.com.br/movimento-sufragista-o-que-foi-e-qual-o-impacto-no-brasil/
MIRANDA, Anadir dos Reis. Proto-feministas na Inglaterra setecentista: Mary Wollstonecraft, Mary Hays e Mary Robinson: sociabilidade, subjetividade e escrita de mulheres. Tese de Doutorado em História, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.